Dizem os espíritas: João Batista era Elias... João podia, pois, ser Elias reencarnado, mas não ressuscitado... (O Evangelho segundo o Espiritismo, pg. 59, edição 258º, Editor Instituto de Difusão Espírita, 2000).
Quem quiser estudar a Bíblia terá que seguir uma regra básica de interpretação que é: “A Bíblia interpreta a própria Bíblia”. Portanto, somos impedidos de laçar mão de interpretações subjetivas para consubstanciar as nossas próprias idéias. Os Espíritas, como eles mesmos afirmam, interpretam a Bíblia a seu bel-prazer e de acordo com convicções pré-concebidas. Entretanto, não é assim que se faz para se tirar uma real interpretação. É preciso analisar o texto e o seu contexto, de Gênesis a Apocalipse e depois concluir o que realmente diz a Bíblia. Se você quer entender sobre o tema referido pegue uma Bíblia e nos acompanhe em nessa explicação, pois para os evangélicos toda a Bíblia é inspirada e não usamos somente o que interessa como fazem os espíritas.
Sobre João Batista, diz Lucas 1.17: E irá adiante dele no espírito e poder de Elias, para converter os desobedientes à prudência dos justos e habilitar para o Senhor um povo preparado. Isto não quer dizer, de forma nenhuma, que João fosse Elias, mas que no seu ministério profético, haveria peculiaridades do ministério de Elias. De fato, a Bíblia não trata de nenhum outro caso de dois homens tão parecidos como João Batista e Elias. Lembra o refrão popular: Tal pai, tal filho. Isto não quer dizer que o filho seja absolutamente igual ao pai, ou que seja a reencarnação do outro, mas sim, que existem hábitos comuns a ambos.
PONTOS A CONSIDERAR
Dentre as muitas razões porque cremos que João Batista não era Elias, queremos citar os seguintes:
1) – Os judeus criam que João Batista fosse Elias ressuscitado, não reencarnado (Lucas 9.7,8).
2) – Se a reencarnação é o ato ou efeito de reencarnar, pluralidade de existência com um só espírito, é evidente que um vivo não pode ser reencarnação de alguém que não morreu. Fica claro assim que João não era Elias já que este não morreu, tendo sido arrebatado vivo para Deus (II Reis 2.11).
3) – João Batista disse abertamente, sobre essa questão, quando lhe perguntaram: “És tu Elias?”, ele respondeu desembaraçadamente: “Não sou” (João 1.21). Parece que, se a reencarnação existe, João Batista foi um dos que nunca creu nela.
4) Se João Batista fosse Elias, no momento da transfiguração de Cristo teriam aparecido Moisés e João (que já era morto também) e não Moisés e Elias (Mateus 17.1-8).
Fica mostrado, portanto, que a Bíblia não apóia a absurda teoria espiritista da reencarnação. Até mesmo os chamados “fatos comprovados” de reencarnação apresentada pelos defensores do Espiritismo, não provam coisa alguma.
Elias já veio?
Mas digo-vos que Elias já veio (17.12)
Espiritismo. Usa este texto, entre outros, para defender a doutrina da reencarnação, pelo fato de Jesus se referir a João Batista como sendo o Elias que havia de vir.
Resposta apologética: Em lugar de corroborar com o espiritismo, o texto em referência, na verdade, é um grande problema para os adeptos dessa religião. A primeira contradição com o pensamento espírita que podemos destacar é o fato de os discípulos, ao descerem do monte, terem em mente a ressurreição de Cristo e o restabelecimento do reino de Israel: “E eles retiveram o caso entre si, perguntando uns aos outros que seria aquilo, ressuscitar dentre os mortos” (Mc 9.10-12). Se a comunicação com os mortos é tão evidente assim, como querem os espíritas, não seria de se esperar que conversassem sobre isso? No entanto, esses temas passaram despercebidos por Pedro, João e Tiago.
Outro problema que os espíritas terão de enfrentar ao usar este texto é que Elias não morreu, logo não desencarnou, condição necessária para reencarnar-se (2RS 2.11). Além do mais, nessa época, João Batista já estava morto (Mt 14.1-6). E se João Batista era a reencarnação de Elias, não deveria ser ele a aparecer junto com Moisés durante a transfiguração? Não dizem os espíritas que o espírito toma a forma da última reencarnação? Por fim, resta-nos o testemunho do próprio João Batista, ainda em vida, quando lhe perguntaram quem ele era: “És tu Elias? E disse: Não sou”.
Para que possam escapar da conclusão óbvia que esses esclarecimentos nos levam, os espíritas apelam dizendo que João Batista também negou que era profeta, sendo realmente profeta, logo, sua negativa de que não era Elias deve ser entendida como força de expressão. Tal argumentação fica estremecida quando nos lembramos que, inicialmente, João Batista também negou que era o Cristo. Então, temos de admitir, nesta linha de raciocínio, que ele era o Cristo? Claro que não! João Batista sabia que não era o Cristo. Na verdade, ele não se achava digno de desatar as sandálias de Jesus (Mc 1.7).
João Batista não era Elias, grande profeta de Deus que não experimentou a morte, e muito menos profeta, porque os próprios profetas se referiam ao grande profeta que havia de vir, conforme predito em Deuteronômio 18.18: “Eis lhes suscitarei um profeta do meio de seus irmãos, como tu, e porei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar”.
Em verdade, João Batista nos deixou uma grande lição de obediência, humildade e serviço, qualidades pretendidas por todos aqueles que querem agradar ao Senhor.
Fonte: Bíblia Apologética
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